Carta de agradecimento ao INEM emociona
Ao que sei, “voaram” para responder ao pedido de emergência...
Carta de agradecimento ao INEM emociona
Hoje faço questão de partilhar essa mensagem.
Passei por uma situação muito parecida há pouco tempo, momento em que perdi meu pai.
Era meu melhor amigo e num piscar de olhos, jão não podia mais abraçá-lo ou sequer repetir mais uma vez o quanto o amava.
Ao ler a Carta de agradecimento ao INEM, creio que foi exatamente o que sentiu Idalécia Vieira, no momento em que perdeu seu pai.
Diante de tanta dor e sofrimento, Idaléia fez o improvável: escreveu uma carta de agradecimento aos profissionais que tentaram salvar seu pai.
Eu digo improvável por questões lógicas. É uma perda imensa. Ficamos completamente desorientados, e encontrar um momento para agradecer diante de tanta dor não é fácil.
Me peguei a pensar em todas as situações que esses profissionais vivenciam todos os dias.
Como é retornar pra casa ao final de um dia de trabalho tendo presenciado tanta dor, tanto sofrimento.
Como é dia após dia ter contacto com situações extremas de perda e sofrimento.
Sim. Habituamos com a preseça deles e esquecemos de agradecer.
Carta de agradecimento ao INEM
Carta escrita por Idalécia Vieira e publicada nas páginas do INEM e Serviço Nacional de Saúde
Serve a presente carta para fazer chegar uma palavra de gratidão a uma equipa do INEM que no passado dia 9 de março pelas 14h mais ou menos, respondeu prontamente a uma chamada de emergência que chegou do Cabouco, uma aldeia da freguesia de Ceira, muito próxima da cidade de Coimbra.
Gostaria de me dirigir à equipa de modo personalizado, saber nomes, mas não sei…!
Sei sim, que estava uma médica, e julgo que um médico e um enfermeiro… era uma equipa de três pessoas, talvez haja algum lapso nas funções…
Ao que sei, “voaram” para responder ao pedido de emergência, chegaram muito rápido e fizeram tudo, tudo para salvar o meu pai: José Dias Videira.
Infelizmente não conseguiram, mas sei que fizeram tudo, todos me dizem que fizeram, que foram incansáveis… sei que se sentaram com a minha mãe e com o meu irmão e que lhes procuraram dizer o desfeche o melhor que vos foi possível…
Eu nessa altura estava no carro, na autoestrada a viajar do Porto para Coimbra, longe de imaginar que não voltaria a ver o Pai com vida.
Quero acreditar à luz da fé, que ele está em paz, nós também iremos ficar.
Apesar da dor ser enorme e tudo me parecer inexplicável e quase irreal, olho e tenho que alimentar a gratidão, no meio disto tudo, tenho que “ler e ver” o bem que aconteceu e acontece, para continuar a olhar a vida com esperança.
Por isso, a minha gratidão a essa equipa, que fez tudo… E que diariamente fazem tudo para salvar vidas.
Peço-vos que o continuem a fazê-lo mesmo que às vezes, não consigam… Nunca desistam de fazer bem e com alma o pouco ou muito que podem.
E quando tiverem que dar notícias tristes e dolorosas, façam-no assim, com humanidade, com bondade, delicadeza e profundo respeito por aqueles a quem vos é dado partilhar a dura e difícil realidade da vida e da finitude dela.
Talvez não haja muita gente a escrever-vos quando o rasto que fica não é de alegria, mas acredito mesmo que fizeram tudo e que também precisam de sementes de esperança para abraçar a vossa missão com paixão e com garra, mesmo quando fizeram tudo e ainda assim, não deu.
Continuem a dar o vosso melhor com amor e entusiasmo, precisamos imenso de vós e que sejam excelentes profissionais e muito humanos (nunca esqueçam esta parte) a salvar vidas, ao serviço saúde e das emergências que inesperadamente vos são encaminhadas.
Dirijo-me a esta equipa concreta, mas gostaria de me dirigir a cada homem e a cada mulher que está ao serviço do INEM, desde o telefone, ao carro, à ambulância, a todos os bastidores que não conheço e que todos os dias fazem coisas simples ou muito complicadas, “loucuras” e “milagres” para salvar vidas.
Continuem a ser “extraordinários” na vida diária, o vosso serviço, as vossas palavras, instruções, atenção, os vossos gestos, as vossas ações, o vosso modo de ser e estar fazem o mundo melhor.
Obrigada, ainda bem que existem!
Com estima e gratidão,Idalécia Vieira
Busca no telemóvel aquele número e liga. Diga o quanto ama ainda hoje, agora. Há tempo.
Esqueça os problemas, as desavenças, as diferenças. Acredite: haverá um momento em que darias tudo para ter a oportunidade de fazê-lo. Faz agora.
Não deixe o orgulho tomar conta. Não deixe coisas menores tirarem de si a oportunidade de estar com quem no fundo, amas.
Nada no mundo é maior que o amor. Pense nisso… enquanto há tempo.
Amanhã poderá ser tarde demais.
“Por mais pessoas como Idalécia Vieira”.
Carta de agradecimento ao INEM
Reproduzido do SNS